O G.'.A.'.D.'.U.'.

No princípio criou Deus os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas. Disse Deus: haja luz. E houve luz.
 
Gênesis - Cap. 1 v. 1-3

 
Deus! O que seria de nós se não fosse por Ele. Princípio Inteligente do Universo, rege esta filarmônica denominada Cosmo, na qual, nada somos além de simples notas musicais. Como é bela Sua Harmonia, e quão suave é beber de Sua Fonte. 
 
O Homem busca através dos tempos um sentido maior para a vida. Foram tantas explicações, quem somos, de onde viemos e, o que mais aflinge, para onde iremos. Sobre Deus? Quantos lutaram e ainda se matam em Seu Nome. Porque? Haveria algum povo ser o escolhido do Pai? Qual seria minha diferença para com um aborígene, um nobre caucasiano ou um simples silvícola? Todos carecemos das mesmas necessidades, nossas vitórias e derrotas são confrontadas unicamente com a consciência de cada ser. Pois então, por que nos considerarmos especiais?

Deus nos criou simples e ignorantes. É assim que chegamos a este mundo, através do delicado corpo de um recém nascido. Você já imaginou se, após o nascimento, ninguém acolhesse a criancinha, deixando de aquece-la, alimentá-la, ou oferecer-lhe amor e carinho? O que seria da mesma? Não duraria horas. Deus, que muitos tentam diminui-Lo, é a razão da vida, pois nos impõem desde os primeiros momentos a necessidade de vivermos juntos, em harmonia, uns amparando os outros.

Esta é a razão maior da vida, amar e ser amado, ajudar e ser ajudado, e acima de tudo, fazer ao próximo tudo o que gostaríamos que fosse feito a nós mesmos! Nada esperando em troca! Isto é amor, isto é Deus.

Mesmo com nossa visão míope do Criador, fassamos uma retrospectiva do Seu Nome através dos tempos. Os homens, na aurora dos dias, olhavam para os céus e rogavam aos deuses proteção para os seus rebanhos e suas colheitas. A cada ano, os ventos e chuvas anunciavam a esperança de verdes campos, onde se lavrariam a terra na certeza de que, com o amparo do Criador, haveriam de colher o necessário para uma vida de paz e prosperidade. Ainda não compreendiam sua magnâmica presença, apenas identificando suas mãos protetoras a orientar cada passo de suas vidas.

Avancemos um pouco e observemos o homem a idolatrar imagens e astros. Constituiram um Panteão de deuses, cada qual responsável por uma atividade específica. O deus da vida, o deus da morte, o deus das colheitas, o deus das tempestades, o deus do vinho, do sexo e, o deus do amor. Eram tantos! Mas estes deuses sempre estiveram fora do homem, não atingindo sua alma. Eram os deuses de barro, que os séculos mostraram frágeis e duvidosos.

Eis que surgem seres iluminados, trazendo a mensagem do Deus Único, o Demiurgo, aquele que em Si bastava todas as coisas. Missionários como Akenaton, Zoroastro, Moisés, Sindartha Gautama (o Buda), Sócrates, Platão, Maomé, Lau Tze e o nosso amado Jesus Cristo, nos falavam sobre um Pai, um povo, uma irmandade, a Verdadeira Fraternidade.

 
Neste ponto, as trevas da ignorância humana fecundou o sectarismo religioso. Cada povo passou a cultuar o seu deus como o único e perfeito criador, esquecendo-se que todos haviam sido criados pelo mesmo Pai. Surgiram as desavenças, os genocídios, e milhares de criaturas foram (e ainda continuam) exterminadas, tudo em nome de deus. Mas como Ele, que possui o mais sagrado dos Nomes, poderia ser usado como aríade da nossa incensatez!

“Homens de pouca fé”, já nos dizia o Mestre Jesus. Ainda nos arrastamos no lodo das nossas invigilâncias. Até quando? Assim, lentamente criamos a desordem na sua mensagem, o Verdadeiro Nome do Criador, sua Verdadeira Essência, o Amor Universal, que a tudo une, em tudo está contido.

Com a vinda do século XVII, livres pensadores, por toda a Europa, repletos do espírito iluminista da fraternidade, liberdade e igualdade, abraçam a Ordem Maçônica dos antigos pedreiros em busca de um cais seguro para suas discussões acaloradas, de um mundo mais justo e perfeito.

E como poderia haver tal mundo se não fosse pela vontade do Criador? Passaram então à fase seguinte, o ajustamento do Demiurgo no seio da nova maçonaria expeculativa, e para tal, buscaram a ideia inicial, um Deus único para todos os povos, que se localizava acima de qualquer dogma ou crença, que em essência, era o Único e Sublime Pai.

Como não poderiam chamá-lo por um nome específico, pois correriam o risco de confrontar o nobre direito de livre expressão religiosa, utilizaram-se de um título que em nada se igualava, como ainda não há, no meu entender, forma mais sublime de expressar sua presença, o “Grande Arquiteto do Universo”.

Afirmo a vocês, todas as vezes que, em Loja ou fora da mesma, invoco o “Grande Arquiteto do Universo”, sinto nitidamente uma “força” percorrer meu espírito. É como se todos os maçons, deste plano e do Oriente Eterno, naquele momento, olhassem por mim. Acredito que esta força é simbolizada através do “Olho que Tudo Vê”, que representa o Criador, com sua luz espargindo-se entre nós. Basta nos sintonizarmos com sua bondade para percebermos sua Magnâmica Presença.

O propósito maior de uma Loja de Perfeição é a busca pelo Nome Perdido do Demiurgo, que aprendemos invocar como “Grande Arquiteto do Universo”, o Criador. Buscar Seu Nome é ao mesmo tempo buscá-Lo dentro de nós mesmos, pois como filhos do Pai, trazemos uma aliança espiritual que nos une pela eternidade. 


A Augusta Loja de Perfeição lhe mostrará os caminhos que determirão a evolução da consciência humana. Somente através do estudo contínuo, e da prática desinteressada do bem, haveremos de desbastar a Pedra Bruta que nos mantem fixo ao mundo da ilusões.


 
O Verdadeiro Mestre, que ergueu masmorras aos vícios e se propôs a estudar e vivenciar as Virtudes, encontrará nos Graus da Augusta Loja de Perfeição todo manancial nescessário para a busca do Nome Sagrado.

A maçonaria não é uma religião, que fique bem claro! Porém, maximiza a presença do Criador em todos os seus trabalhos. Não criamos ritos ou dogmas para cultuar Deus. Para nós, o Grande Arquiteto do Universo está em tudo e em todos, é a perfeição maior que determina toda a existência. Cada maçom possui sua crença religiosa específica, e a maçonaria estimula que assim seja.

Acreditamos que, a livre expressão de culto e religiosidade permite aos homens compreender o Criador dentro da sua faixa intelectual. Não importa qual nome seja atribuido ao Pai, todos são atributos do mesmo Ser Supremo.

Assim, não há em nossas reuniões desavenças sobre a crença de cada um, nem o é permitido, pois, independente de sermos cristãos, judeus ou mulçumanos, todos rendem graças ao mesmo Criador, o Grande Arquiteto do Universo, o Grande Geômetra!



 
"Ho, quão bom e quão suave é que os
irmãos vivam em união.
 
É como o óleo precioso sobre a cabeça,
que desce sobre a barba, a barba de Arão,
e que desce a orla de suas vestes.
 
Como o orvalho de Hermom,
que desce sobre os Montes de Sião
porque ali o Senhor ordena a bênção
e a vida para sempre"
 
Salmo 133
 
 
Fraternalmente
 
Leonardo Lima Simões


 


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